DESMAIO LUNAR
Desmaiou languidamente em meus braços
A lua – esse cristal ambarizado!
Visão dos sonhos, dona dos espaços,
Senhora do meu ser extasiado!
Sim, em meus braços jazia desmaiada,
Numa vil solidão de fim-de-tarde…
Tão bela, emergindo lenta do mar de
Melgaço, qual Maria, Imaculada!
Quando me viu, poeta, à sua espera
Um frêmito correu-lhe o corpo todo
De algas, poeira cósmica e quimera!
Num espasmo desmaiou. E o que restou do
Nosso encontro foi essa flor enluecida
Em minhas mãos como um poema à vida!
Melgaço, Pará, Brasil, 29 de março de 2010.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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