SONETO DE ARVERS
Série: Traduções
SONETO DE ARVERS
Composição: Félix - Alexis Arvers (1806-1850)
Versão: Jaime Adilton Marques de Araújo
Em minh’alma um segredo e na vida um mistério
Guardo, de um grande amor que nasceu num momento.
É uma queixa sem par, um mal sem refrigério
E a que deu causa a isto nem ouve o meu lamento.
Ai!... Passo-lhe despercebido – despautério! -
Sim, ela nem sabe quem sou! E o meu sofrimento
Hei de levá-lo até o desenlace funéreo.
Mas, posso ter seu amor se nem pedir eu tento?
Quanto a ela, seguirá com carinho e doçura
O traçado de Deus, qual meiga criatura,
E meus murmúrios de amor sequer ouvirá...
E, assim, fiel ao dever que a faz pura e bela
Indagará lendo estes versos plenos dela:
“Que mulher será esta?!” E não compreenderá!
Melgaço, Pará, Brasil, 27 de fevereiro de 2010.
Traduzido por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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