ELEGIA DE UMA DOR QUE NÃO TEM CURA
À titia Rosalina Corrêa Xavier (in memorian)
Rosalina, rosa linda, misteriosa!
O teu perfume me inebria, me deixa em êxtase
Sempre a lembrar de que foste maravilhosa
A amar da vida as coisas simples com toda ênfase…
Lembrando a angústia, a despedida dolorosa,
Inevitável e amarga, a te furtar antes da ênclise,
Não pude ir ver-te não por que te não amasse,
Antes, por querer o riso, lembrar-te, meigo na face...
Creio que assim a dor se torna mais suportável,
O sofrimento de tua ausência, intolerável,
Restando a dor no peito imensa da saudade
Revivendo o nosso triste sofrer profundo -
Êxtase dorido que maior não há no mundo -
A dizer-te: “Em vida te amamos de verdade!”
Xácara nenhuma ou mesmo alegre canção
A dizer-nos: "Tu queres que eu seja somente fiel...”
Vão consolar nosso entristecido coração
Inda que te saibamos dormindo no céu...
Elegia de uma dor que não tem cura
Resta-nos cantar-te, doce e pequena criatura!
Melgaço, Pará, Brasil, 18 de abril de 2010.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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