Léo Frederico & Outros
A poesia e as vozes cavas dos meus eus
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Textos

HOMENAGEM PÓSTUMA AO POETA SOLITÁRIO


Diga para mim, amigo Poeta,
(pois sabes que és meu amigo pra valer):

Onde estás nesse exato momento
em que a Indesejada, de forma tão covarde, beija teu meigo rosto?

Como foste abandonar este Vale de Lágrimas tão cedo,
uma vez que nem chegaste à tão aguardada casa dos "enta"?

Inda pulsa em minhas veias a verve de tua poesia intemerata,
poesia da gema, poesia sem firulas, que eu degustava embevecido,

Velando no obscuro de minha patética Solidão,
eterna e triste solidão dos que pitam e fazem poemas!

Ainda ontem lendo Vinícius: “Quantos somos, não sei... Somos um, talvez
dois; três, talvez, quatro; cinco, talvez nada...” lembrei teus versos

Liquefazendo a Saudade e o Amor para alimentar a Humanidade
com a exuberante seiva da Vida!

 

Docival, Civaldo, Valdoci... Por que nome devo chamar-te
neste estranho, e único, e indelével momento

Em que o gracejo de minha alma angustiada busca a fonte de amor
que de ti tão abundantemente jorrava?

 

Ser, ah, quem me dera, um simples verme que chafurdasse
na lama luarescida por tua presença luminosa!

O pária que fosse explicado na sempre inconclusa poesia social,
que realizavas tão facilmente, tão naturalmente!

Um grito de “Meu Deus!” à la Drummond,
ante a miséria estampada nos rostos mestiços dos Marajós...

Zarabatana, zagaia envenenada, cambão de aquariquara a pescar
os dociamargos frutos do imenso e denso rio-mar;

A vida, enfim, que aos borbotões, por rios e igarapés
desse tão sofrido Marajó se insinua!...

 

Guerreiro estelar, por onde voas agora?... Por que estás imóvel, emudecido,
tu que a pouco rias da Vida, zombavas da Morte, enaltecias o Caos?!...

O Grande Mistério apresentou-se-te e nem nos deste um aviso, seu sacana,
nenhum silvo sequer no ranger do velho portão do Casarão Abandonado...

Mas, quanto aos outros, (que somos muitos, milhares talvez),
sim, quanto aos outros poetas, teus irmãos, a lamentar tua Perda

Estamos quedados, emurchecidos, inertes, insones, chorando tua Ausência
que era a mais luminosa presença de um autêntico amante da Poesia!

Sossega em paz amigo poeta, pois os que ficamos, continuaremos lutando,
gritando versos de amor ao luar para honrar tua prodigiosa lembrança!...

 

Melgaço, Pará, Brasil, 28 de março de 2010.

Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 08/09/2021
Alterado em 23/02/2024
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TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]


Álvaro de Campos

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Música, Poesia, Brasilidade, Literatura, e tudo o mais que há de bom na vida.

Filmes favoritos:


Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A Trilogia Matrix, A Trilogia Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:


Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:


A saga: O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.