SONETO DO VAZIO INFINITO
Nas asas de um relógio sem memória,
O vento canta cores de amanhã,
Espelhos dançam luz na escuridão,
E o tempo se desfaz em sua glória.
Os pássaros de fogo sob o mar,
Desenham sombras num jardim de vidro,
E estrelas evaporam-se no ar,
Num sonho que se perde sem sentido.
Riem os versos de uma lua vaga,
Que se esconde entre as folhas do papel,
E as nuvens pintam rios de cristal.
No labirinto o eco se propaga,
Desdizendo a palavra mais fiel,
E a noite se despede no final.
Gurupá, Pará, Brasil, 20 de agosto de 2024.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas
◄ Soneto Anterior | Próximo Soneto ►