A CARTA
Pedro encontrou a carta escondida dentro do livro mais antigo da biblioteca de seu avô. O papel estava amarelecido pelo tempo, as palavras quase apagadas. Era uma confissão, uma história de amor proibido que havia se desdobrado em segredo durante décadas. O avô, que sempre foi um homem reservado, nunca falou sobre aquele amor. Pedro leu a carta com um nó na garganta, sentindo a intensidade dos sentimentos que nunca foram expressos. Decidiu guardar o segredo, tal como o avô fizera. Mas naquela noite, ao jantar, sua mãe notou a tristeza em seus olhos e perguntou o que havia de errado. Pedro hesitou, mas, no fim, disse apenas: 'Nada, mãe. Apenas... saudades.' Ela sorriu, sem saber que o passado ainda vivia em seu filho.
Cachoeira do Arari, Pará, Brasil, 17 de agosto de 2024.
Composto por Manoel da Silva Botelho.
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