Recanto de Jadilton Marques & Cia.
Aqui a Poesia Fala Mais Alto nas Vozes Cavas dos Meus Eus Nefelibatas
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos

A CORUJA E O ROUXINOL

 

     Era uma vez uma antiga floresta onde todas as criaturas viviam em harmonia, respeitando as leis da natureza e o silêncio da noite. Lá viviam dois pássaros com habilidades muito diferentes: a Coruja, conhecida por sua sabedoria e visão noturna, e o Rouxinol, célebre por seu canto encantador e melodioso, que alegrava a todos ao amanhecer.

     A Coruja, sendo a guardiã da noite, tinha a responsabilidade de manter a floresta em paz durante as horas escuras. Ela voava em silêncio, observando tudo com seus olhos penetrantes, e aconselhava os animais sobre os perigos que poderiam surgir no escuro.

     O Rouxinol, por sua vez, passava o dia cantando e alegrando os corações dos animais da floresta. Seu canto era tão belo que até as árvores pareciam dançar ao som de suas notas. Contudo, ao cair da noite, o Rouxinol guardava sua voz e adormecia, respeitando o reinado da Coruja.

     Um dia, o Rouxinol, convencido por alguns animais de que seu canto era a coisa mais bela da floresta, decidiu que deveria cantar também à noite. "Por que só a Coruja tem o privilégio de dominar a noite?" pensou ele. "Meu canto traria alegria e beleza às sombras."

     Assim, quando o sol se pôs e a floresta mergulhou na escuridão, o Rouxinol começou a cantar. Seu canto era realmente maravilhoso, mas não pertencia à noite. O som, antes doce, ecoava de forma estranha na escuridão, confundindo os animais que estavam habituados ao silêncio e à vigilância da Coruja.

     A Coruja, surpresa e preocupada, foi ao encontro do Rouxinol. "Por que estás a cantar na escuridão?" perguntou ela. "O teu canto é belo, mas perturba o equilíbrio da noite. Cada criatura tem seu papel, e o teu é alegrar o dia, enquanto o meu é guardar a noite."

     O Rouxinol, teimoso e convencido, respondeu: "Mas a beleza não deve ter limites! Se posso encantar o dia, por que não posso fazer o mesmo à noite?"

     A Coruja, com sua sabedoria, disse calmamente: "Cada um tem seu tempo e sua função. O dia precisa de luz e alegria, e o teu canto é como o sol. A noite, porém, precisa de silêncio e reflexão, para que os perigos possam ser vistos e evitados. Se perturbas a noite, os animais não poderão descansar, e eu não poderei protegê-los."

     O Rouxinol, percebendo a verdade nas palavras da Coruja, silenciou seu canto. Ele compreendeu que, embora seu dom fosse valioso, ele não poderia quebrar o equilíbrio natural da floresta. Desde então, o Rouxinol voltou a cantar apenas ao amanhecer, trazendo alegria ao dia, enquanto a Coruja continuava a vigiar a noite, mantendo a paz e a ordem.

 

Moral da Fábula: Cada um tem um papel no grande equilíbrio da vida, e a sabedoria está em respeitar os momentos e os limites de cada um.

 

Melgaço, Pará, Brasil, 17 de agosto de 2024.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo
◄ Início | Próxima Fábula ►

Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 17/08/2024
Comentários

Jadilton Marques

Minha foto
Ver tamanho ampliado

Entre em contato comigo
E-mail: jaimeadilton@gmail.com

 

Sobre mim

Gênero: Masculino
Atividade: Pregoeiro
Profissão: Contador
Local: Melgaço, Ilha de Marajó, Pará, Brasil
Links: Áudio
Introdução:

TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]

Álvaro de Campos

Interesses:

Música, Poesia, Brasilidade, Literatura, e tudo o mais que há de bom na vida.

Filmes favoritos:

Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A saga Matrix, A saga Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:

Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:

A saga O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.