NA MADRUGADA QUENTE
O calor de teu corpo - fogo ardente -
Rasga meu ser, minh'alma, minha derme;
Gozando, da libido inconsequente,
A matéria a evolar-se na epiderme!...
Sentes a volúpia em tua endoderme
Minar-te, num crescendo tão fremente;
Os teus gemidos (ouve-os), quão inermes,
Enlanguescer na madrugada quente!
E o que era singular, pluralizou-se:
Xana e Bráulio, em chamas - amêndoa doce -
Temíveis feras - acasalamento!
Amalgamados, assim, num só espasmo,
Somos a síntese do êxtase & orgasmo -
Eros e Thanatos: prazer/tormento!
Capanema, Pará, Brasil, 03 de fevereiro de 2003.
Composto por Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.
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Livremente inspirado no poema Na Madrugada Fria soneto/acróstico escrito em parceria com Samuel Marques Duarte, estimado amigo e colega do curso universitário de Ciências Contábeis, turma de 2001-2006, Núcleo da UFPA em Capanema/PA.