O BANHO DA IARA
Faceira, ela margeia o curso d'água,
Chamando os encantados para a dança
E a correnteza tremula na esperança
De envolver-lhe a cintura, a anágua...
E então mergulha com a confiança
De quem tem no amor - crepitante frágua -
O elixir curador de qualquer mágoa
E se esbalda aos risos e aos risos dança!
E o quiririm do rio marajoara
Quebra-se com o cortejo da Iara
Que me convida a sair pela manhã
Rio afora!... Eu sou o Sol, ela é a Lua
Que se banha contente - seminua -
Morena sestrosa, esbelta cunhã!
Melgaço, Pará, Brasil, 19 de outubro de 2015.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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