Léo Frederico & Outros
A poesia e as vozes cavas dos meus eus
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Textos

CONFISSÕES DE UM MELGACENSE

Nunca saí de Melgaço.
Principalmente nasci e me criei em Melgaço.
Por isso, esse mel nos lábios,
E na alma a doçura dos que souberam silenciar suas perdas.

O bagaço das dores que tão virilmente suportei
Ao som das Canções Trovadorescas do Meu Cancioneiro,
Ao sabor dos Sortilégios Lunares
Imbuídos dos Destroços do Cotidiano
A exalar da Lira de Érato;

Esse desejo de viver intensamente em um Locus Amoenus
Longe das Estranhas Vertigens da Última Flor do Lácio
Ouvindo os Acordes da Canção entoada no Refúgio dos Pássaros;

Essa luxúria cultivada Sob o Olhar de Eros;
Essa fragrância só encontrável nas Cartas à Bem-Amada
Escritas À Margem dos Marajós sob os Feitiços da Lua
Pela Luz dos Olhos Teus;

Esses Salmos & Canções, ó Femme Fatale,
Poetizando a vida em Poemas de Forma Fixa,
Dispersos nos meandros do Cantinho da Saudade,
Proclamando que Sonetear é Preciso;

Essa voz enrouquecida de saudade,
Esse frisson de falar em público,
Essa vergonha de dar ao meu povo
O pão amanhecido de meus versos
Vem do rio Preto, afluente do Tajapuru;
Vem de Melgaço; vem das margens,
Escurecidas margens de Marinatambal!

Transpiro Melgaço em meus poros todos.
Por isso essa malemolência, essa ternura,
Esse desejo de amar a morena de ancas largas
Que vem à Praia do Jambeiro, nuinha,
Banhar-se em noite de lua cheia!

Fui cabuçu, caboclo, ribeirinho.
Hoje sou contador e funcionário público.
Melgaço é muito mais que uma fotografia na parede,
(Ó de Itabira),
É a verve que alimenta o meu cantar,
É a carícia que faz cócegas na alma.
Dói, tão deliciosamente,
Tão delicadamente, que exercito (exorcizo)
Essa dor
Nessa canção!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 1 de fevereiro de 2020.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo 
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 29/01/2024
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Sobre mim

Gênero: Masculino
Atividade: Pregoeiro
Profissão: Contador
Local: Melgaço, Ilha de Marajó, Pará, Brasil
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Introdução:

TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]


Álvaro de Campos

Interesses:

Música, Poesia, Brasilidade, Literatura, e tudo o mais que há de bom na vida.

Filmes favoritos:


Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A Trilogia Matrix, A Trilogia Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:


Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:


A saga: O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.