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Textos

A REDENÇÃO DOS ARAÚJO

 

Ele esteve hoje aqui em casa.
No olhar cansado, a experiência dos anos.
Na voz enrouquecida,
A saudade das primaveras de antanho!
No jeito de conversar
A denúncia clarividente
De uma educação defeituosa,
Cerceada de afetos, de carinho
E ternura!

Por isso, o olhar distante,
Por isso o desconversar
Quando o assunto é a melhor forma
De educar nossos bigurrilhos.
Por isso, a secura dos olhos!

Vontade de ninar-lhe,
De beijar-lhe os olhos,
De afagar-lhe as mãos,
De dizer-lhe: eu sempre te amei
Ainda que não tenha aprendido
A demonstrar isso...

Talvez,
Talvez não haja mais tempo.

A cratera em minh'alma é gigantesca
E temo que esteja transferindo
Esse espólio de carência afetiva
A meus filhos...

Não!
Não quero repetir o erro...

Não quero falhar com meus filhos,
A(e)fetivamente,
Como falhou comigo o meu Pai,
E com o meu pai, o meu avô
E com este...

Quem falhou mesmo com meu avô??

Até onde eu sei
Meu avô se criou órfão dos pais,
Órfão de ternura,
Órfão de carinho!

E essa orfandade
Talvez tenha infundido sulcos
Irreparáveis de tristeza e solidão
Na combalida alma de meu avô!

Por isso a rispidez nos gestos soberbos
Por isso a angústia, a tristeza
De não poder demonstrar o amor...

Mas, ele, o meu pai,
Esteve hoje aqui em casa
E fez durinho com o meu filho
E passou a mão em seus cabelos
E brincou de esconde-esconde
Com o meu filho,
O Marcus Vinícius,
Que nasceu pra ser
Enfim,
A redenção dos Araújo!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 29 de setembro de 2007.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 09/02/2022
Alterado em 18/06/2024
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Jadilton Marques

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Sobre mim

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Local: Melgaço, Ilha de Marajó, Pará, Brasil
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Introdução:

TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]

Álvaro de Campos

Interesses:

Música, Poesia, Brasilidade, Literatura, e tudo o mais que há de bom na vida.

Filmes favoritos:

Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A saga Matrix, A saga Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:

Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:

A saga O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.

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