LIBERTAÇÃO DA ALMA
A Rubem Braga
Quando a alma vibra, atormentada,
Sob os grilhões do tempo e do espaço
No invólucro carnal acorrentada
À solidão do homem passo a passo;
Quando no eterno debater-se nada
Encontra que a liberte do baraço;
Quando no rosto enfermo da alvorada
Vê-se todo o vazio de um dia lasso;
Eis que, então, a deusa humanizada
- A Poesia - socorre a alma num abraço
Acalorado, como por milagre! Mas
A alma solitária, emocionada,
Entra em frêmito, cai num descompasso,
E se desmancha, inteiramente, em lágrimas!
Gurupá, Pará, Brasil, 15 de fevereiro de 2010.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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