BRUMA ESPUMOSA
Quando eu te vi naquele dia
Feliz, andando pela bruma,
Nem mesmo à luz da poesia
Imaginei que à fria escuma
Por certo te compararia...
Qual onda és, porém, de espuma,
A se formar com a maresia...
Oh, branca bolha que se esfuma
E passa, então, com euforia!
Por mim passaste bem depressa
Deixando na minh'alma avessa
O absinto do fel do amor...
E, ainda hoje, vendo a neblina,
Tua imagem se descortina
Num rastro de saudade e dor.
Melgaço, Pará, Brasil, 7 de outubro de 2021.
Composto por Jayme Lorenzini Garcia.
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