PANTUM DO SILENCIOSO AMOR
Não fale, não diga nada,
aperte mais minha mão,
faça a promessa quebrada
não precisar de perdão.
(Amália Max-PR)
Aperte mais minha mão
abandone-se em meus braços
não precisar de perdão
é não quebrar esses laços
Abandone-se em meus braços
amar, gozar o momento
é não quebrar esses laços
de ternura e sentimento
Amar, gozar o momento
eis tudo o que eu sempre quis
de ternura e sentimento
nosso amor pulsa feliz
Eis tudo o que eu sempre quis
sob a lua enamorada
nosso amor pulsa feliz
não fale, não diga nada.
Melgaço, Pará, Brasil, 23 de dezembro de 2020.
Composto por Jayme Lorenzini García
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PANTUM - É uma forma poética de origem malaia que se caracteriza por sua estrutura fixa e repetição de versos. Ele foi popularizado na literatura ocidental, especialmente na França, no século XIX, por poetas simbolistas e parnasianos, como Victor Hugo e Charles Baudelaire. O pantum segue um esquema específico de repetição de versos. A estrutura mais comum é: Os versos são organizados em quatro linhas por estrofe (quartetos). O segundo e o quarto versos de cada estrofe se repetem como o primeiro e o terceiro versos da estrofe seguinte. A última estrofe repete, total ou parcialmente, versos da primeira, criando um efeito circular. Esquema de repetição: (ABAB - BCBC - CDCD - DADA). Esse padrão segue até a última estrofe, que frequentemente reutiliza versos da primeira, reforçando o ritmo e o sentido do poema. A repetição no pantum cria um efeito musical e meditativo, tornando-o ideal para temas como amor, saudade, memória e contemplação. Sua estrutura também permite variações sutis no significado conforme os versos reaparecem em novos contextos. O pantum compartilha semelhanças com o villanelle e o rondeau, outras formas de repetição poética. Porém, diferentemente da vilanela, que segue um esquema fixo de repetição de versos inteiros, o pantum permite maior flexibilidade sem perder sua musicalidade.