GAZEL EM LOUVOR DO AMOR
No amor vou ser constante:
É meu desejo de amante!
Hei de sempre tecer versos
Ao beijo doce, inebriante,
Da Amada de meus sonhos
Cujo olhar bruxuleante
Me convida aos devaneios
Desse mágico instante.
Nem a palidez da lua
Ou o sol mais causticante
Poderão interferir
Nessa paixão lancinante
Amor igual é um mistério:
Só Deus mesmo é quem garante.
Salvaterra, Pará, Brasil, 16 de novembro de 2009.
Composto por Leonel Vincenzo de Florença
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GAZAL – ou Gazel, (Ghazal, Ghazel) é um poema lírico de forma fixa de origem árabe, de cunho amoroso e místico, de forma leve, que surgiu no final do séc VII. Quanto à sua estrutura, o gazal é composto de, no máximo, 15 dísticos, com a seguinte rima: o primeiro dístico rima entre si, e os segundos versos de todos os outros dísticos, rimam com o primeiro. Os primeiros versos, a partir do segundo dístico, não rimam. O assunto deve ser sempre idílico, tranquilo, pelo que se distingue da Casida. Goethe, entre outros, chamou o Gazal à Poesia européia, depois de consagrado o gênero pelo poeta persa Hafiz, que viveu no século XV.