SÚPLICA À LUA NOVA
Lua Nova, deusa do espaço,
Ouve-me a prece nesta hora:
Dá-me teu riso, teu abraço
Que eu preciso, num compasso,
Louvar-te o brilho, ó Senhora,
Lua Nova, deusa do espaço!
Quero estar ao teu regaço
E, feliz, pedir agora:
Dá-me teu riso, teu abraço.
Preso estou pelo teu laço
Hoje, assim como outrora,
Lua Nova, deusa do espaço!
No poente vermelhaço
Pede o sol, lívido embora:
Dá-me teu riso, teu abraço!
E se desfaz o dia lasso
À tarde vã que o devora,
Lua Nova, deusa do espaço!
Mal chega a noite o cansaço
Do horizonte então implora:
Dá-me teu riso, teu abraço!
A tua à minha mão enlaço
E de pudor tua face cora:
Lua Nova, deusa do espaço,
Dá-me teu riso, teu abraço!
Afuá, Pará, Brasil,15 de outubro de 2012.
Composto por Jayme Lorenzini Garcia.
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VILANELA - Primitivamente, a vilanela consistia numa canção folclórica italiana, de temática pastoril e estrutura livre despontada nos fins do século XV. Transitando para a França, fixou-se como fôrma literária no século XVI, graças a Jean Passerat. E assim se manteve daí por diante. Consta de um poema estrófico, formado por uma série de tercetos, frequentemente em número de cinco, apoiados em duas rimas em um esquema muito específico: a¹ba², aba¹, aba², aba¹, aba², aba¹a², de modo que o primeiro e o terceiro versos da primeira estrofe são repetidos em ordem alternada ao longo do poema e aparecem juntos ao fim do poema numa quadra. Um segundo tipo de vilanela consta de quadras, em número variável, de modo que os dois versos finais da primeira estrofe constituem o refrão das estrofes seguintes, dispostos em ordem alternada: aba¹b², abb²a¹, aba¹b², abb²a¹... aba¹b².