VIRELAI DE AMOR
Teu olhar diamante
Em meu olhar de amante
- Intenso luar -
Me faz suspirar
Com voz sussurrante
Que sempre te hei de amar!
E eis-me aqui a falar
Deste forte desejar
Que tenho - inebriante -
Em meu peito a solfejar
Poesias pelo ar
Que, de rubro, teu semblante
Tinjam num escaldante
Desejo mirabolante
De beijar
Tua boca e sugar
Num instante
O lábio alucinante
Que a mim vens entregar!
Afuá, Pará, Brasil, 25 de março de 2012.
Composto por Jayme Lorenzini Garcia.
◄ Início | Próximo Virelai ►
VIRELAI - Poema lírico francês, desenvolvido no século XIII, sob o nome de vireli, designativo de refrão de dança. Na centúria seguinte, por contágio ou falsa analogia com o lai, assumiu a forma em que se fixou. Nessa mesma época desligou-se da música e passou também a ser conhecido como chanson balladeé, decerto pela semelhança, ainda que relativa, com a balada. Cultivaram-no, entre outros, os poetas Guillaume de Machaut, Eustache Deschamps e Froissart. Idêntico, na estrutura, ao vilancete português e ao vilancico espanhol, o virelai compõe-se de um refrão ou estribilho, formado geralmente de dois versos, seguido de várias estrofes (as voltas) que glosam a imagem poética trasmitida pelo estribilho. E cada volta apresenta três versos de rima comum, um verso que rima com o estribilho e a repetição do dístico inicial. No conjunto, pois, o virelai obedece ao seguinte esquema estrófico: AA, bbbaAA, cccaAA, etc. Há, porém, uma variante ligeiramente diferente do Virelai em três estrofes com o seguinte esquema: AABBAB BBABBA AABBAAB.