ELEGIA PÓSTUMA A MINHA AVÓ MATERNA
Jamais tive o privilégio de beijar-te o rosto,
Acariciar tuas mãos, deitar-me em teu colo!...
Creio que provém daí a cratera sentimental,
Imensa cratera que marcou indelevelmente
Minha vida! Sim, é a falta de teu carinho
A solidão que me perturba nas noites sem luar
Ratificando o desejo profundo de ver-te!
Quem sabe um dia nos propicie Deus
Um inesquecível encontro na imensidão do Infinito!
Esse há de ser um dos dias mais felizes da minha vida.
Sentar-me-ei ao teu lado outra vez criança e
Chamar-te-ei simplesmente de... vó!
Oh, inaudito momento: estrelas cadentes cumprindo desejos,
Risos estampados em rostos serenos,
Réstia de luz invadindo o peito,
Êxtase dos êxtases, pureza inocente do primeiro verso!
Assim, vovozinha, esqueceremos esses anos de ausência e solidão!
Melgaço, Pará, Brasil, 15 de fevereiro de 2005.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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Singela homenagem do poeta à sua avó materna, D. Jaci Marques Corrêa, que adentrou os Portais da Eternidade antes que o poeta a conhecesse!