ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS...
Ao vovô Ademar Alexandre de Araújo
Antes que seja tarde demais
Deixa-me afagar as tuas mãos!
Entre os meus dedos quero reter
Migalhas, ao menos, de tua vida…
Antes que seja tarde demais
Repousa ao som da minha canção!
Antes que seja tarde demais
Lembrar eu quero um canto teu antigo
Escondido no avesso de tua alma; uma
Xácara que dizia: “Minha mulata bonita / Quando me vê pra que corre? / Se é bonita me
Apareça. / Se é feia por que não morre?”.
Nossa! Como esse simples “por que não morre?”
Doía profundamente em eu ser poeta!
Resta-me antes que escureça e seja tarde demais
Eternizar-te em minha poesia!…
Deus te dê boa sorte, vovozinho querido!
E que Ele te acompanhe onde quer que for preciso…
Antes que seja tarde demais
Repousa tranqüilo e deixa que essa melodia
Alivie-te a dor que te vai na alma!
Únicos, que meus pobres versos sejam ungüento pras tuas dores;
Jamais serás esquecido, porque a canção se fez eterna!
Oh! Deixa-me, pois, dizer que eu te amo antes que seja tarde demais!…
Melgaço, Pará, Brasil, 22 de maio de 2002.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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