LOURA EVANESCÊNCIA DE VERÃO
Amada de minh'alma adolescente
Loura evanescência de verão
Inalo o teu odor e de repente
Certo estou de te dar meu coração!
Então me enleias em teus longos braços,
Longos braços de vento e sedução
Em ritmo romântico e devasso
No cerne da aventura, no compasso
Eletrizante de lúbrica paixão!
Por ti me vi, amor, em desamparo,
Infinitas horas pensando, inseguro,
No tempo de outrora a cismar o
Hoje que eu chamava de futuro:
Estará sempre comigo esse sorriso?
Imaginava-a tão branca, tão cordata...
Realmente esse olhar terei de prata
O tempo todo a iluminar meu Paraíso?
Malvado, o tempo célere, passou
Intratável e te levou, então, de mim,
Colhendo da ilusão o que restou
Hodierno perfume de jasmim...
Insuflando na minh'alma essa tristeza
Lírica, lamurienta, de saudade;
Essa angústia que foge à beleza
Serena desse tempo que me invade.
Melgaço, Pará, Brasil, 26 de novembro de 1994.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo
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