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A HARMONIA CIRCULAR DO RONDEL: ESTRUTURA E EXPRESSÃO POÉTICA

 

Introdução

 

O rondel é uma forma poética que combina simplicidade estrutural com uma musicalidade envolvente, criando uma experiência estética única. Originário da poesia francesa medieval, o rondel se destaca por seu padrão rítmico repetitivo, que confere ao poema uma qualidade circular e melodiosa. Este artigo explora a teoria literária do rondel, examinando sua estrutura, história, e o efeito poético que ele busca atingir.

 

Estrutura e Formato do Rondel

 

O rondel tradicionalmente é composto por 13 ou 14 versos, divididos em três estrofes: duas quadras seguidas por uma quintilha (ou uma terceira quadra). Uma característica marcante do rondel é a repetição de versos, onde o primeiro verso (ou os dois primeiros) reaparecem como o último verso da segunda estrofe e o verso final da terceira. Essa repetição cria uma sensação de circularidade e coesão dentro do poema.

O esquema de rimas mais comum no rondel é ABba abAB abbaA (no caso de 13 versos) ou ABba abAB abbaAB (no caso de 14 versos). A alternância entre versos rimados e a repetição de versos reforçam a musicalidade e o ritmo, características centrais do rondel. O uso de um número limitado de rimas e a repetição de versos exigem do poeta precisão e criatividade na escolha das palavras, para que o poema mantenha sua fluidez e impacto emocional.

 

Origem e Evolução do Rondel

 

O rondel surgiu na França durante o período medieval, sendo uma forma popular entre os poetas da época por sua musicalidade e estrutura acessível. Foi amplamente utilizado pelos trovadores e poetas da corte, que o adaptaram para diversas temáticas, incluindo o amor cortês, a devoção religiosa e até mesmo a sátira.

Com o tempo, o rondel se espalhou por outras culturas literárias, sendo adotado e adaptado por poetas em diferentes idiomas.

Embora não tenha alcançado a mesma popularidade de outras formas poéticas, como o soneto ou a balada, o rondel manteve sua relevância, especialmente entre poetas que valorizam a tradição e a musicalidade na poesia.

 

Efeitos Poéticos e Significado do Rondel

 

A repetição característica do rondel não só contribui para a sua musicalidade, mas também serve para enfatizar temas ou ideias centrais do poema. A volta dos versos iniciais no final das estrofes cria uma sensação de retorno ou reflexão, permitindo ao poeta revisitar e reafirmar sentimentos ou pensamentos.

Essa estrutura circular pode evocar uma variedade de efeitos emocionais, desde a serenidade e a contemplação até a insistência e a tensão. O rondel, portanto, é uma forma que convida o leitor a uma experiência poética onde o ritmo e o conteúdo estão intrinsecamente ligados, criando um movimento contínuo que reflete a natureza cíclica de certos estados de espírito ou temas.

 

Variações e Adaptações

 

Embora o rondel tenha uma estrutura fixa, existem variações que permitem ao poeta explorar diferentes expressões dentro dessa forma. Algumas variações incluem ajustes no esquema de rimas ou a alteração no número de versos, mantendo a essência da repetição e da musicalidade. Poetas modernos têm experimentado com o rondel, introduzindo novas abordagens temáticas e estilísticas que renovam a forma, sem perder seu caráter distintivo.

 

Conclusão

 

O rondel é uma forma poética que, através de sua estrutura simples e repetitiva, oferece uma rica paleta de possibilidades expressivas. Sua origem medieval e sua evolução ao longo dos séculos mostram a durabilidade e a flexibilidade dessa forma, que continua a ressoar com poetas e leitores. A teoria literária do rondel revela um poema que, em sua circularidade e musicalidade, captura a essência da repetição e da reflexão, proporcionando uma experiência poética profunda e envolvente.

 

Belém, Pará, Brasil, 19 de agosto de 2024.
Composto por Gilberto Priante Tavares
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 19/08/2024
Alterado em 20/08/2024
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TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]

Álvaro de Campos

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Filmes favoritos:

Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A saga Matrix, A saga Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:

Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

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A saga O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.