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Textos

A ESSÊNCIA ESTRUTURAL E ESTÉTICA DO SONETO: UMA ANÁLISE TEÓRICA

 

Introdução

 

     O soneto é uma forma poética que, ao longo dos séculos, se estabeleceu como um dos pilares da poesia lírica ocidental. Com origens que remontam à Itália do século XIII, o soneto foi amplamente adotado e adaptado por poetas de diversas culturas e épocas, consolidando-se como uma expressão artística marcada pela concisão, musicalidade e rigor formal. Este artigo explora a teoria literária do soneto, analisando sua estrutura, suas variações e o impacto que essa forma poética teve na literatura mundial.

 

A Origem e Estrutura do Soneto

 

     O soneto surgiu na Sicília, Itália, por volta do século XIII, e é atribuído ao poeta Giacomo da Lentini, embora tenha sido popularizado por Petrarca no século XIV. Tradicionalmente, o soneto é composto por 14 versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos, no caso do soneto italiano (ou petrarquiano), ou três quartetos seguidos de um dístico, no caso do soneto inglês (ou shakespeariano).

          A métrica mais comum nos sonetos é o decassílabo, ou pentâmetro iâmbico no caso do soneto inglês, que confere uma cadência harmoniosa e equilibrada ao poema. A estrutura de rimas também varia conforme o tipo de soneto, sendo ABBA ABBA CDE CDE para o modelo petrarquiano e ABAB CDCD EFEF GG para o modelo shakespeariano. Essa configuração fixa e simétrica é fundamental para a forma do soneto, permitindo uma unidade de pensamento e emoção dentro dos limites formais.

 

A Dualidade Conteudística do Soneto

 

     Além de sua estrutura formal, o soneto é conhecido por sua capacidade de abordar temas complexos de maneira condensada e precisa. Os dois quartetos iniciais, em geral, apresentam um problema, uma situação ou um argumento, enquanto os tercetos (ou o dístico final) trazem a resolução, a reflexão ou a conclusão do tema abordado. Essa dualidade entre exposição e resolução é um dos elementos que conferem ao soneto sua força expressiva.

     No entanto, o soneto também permite uma flexibilidade temática. Embora inicialmente associado a temas amorosos e religiosos, ao longo dos séculos, poetas exploraram uma ampla gama de assuntos, desde a natureza e a política até reflexões filosóficas e existenciais.

 

Variações e Evolução do Soneto

 

     Com o passar do tempo, o soneto evoluiu e deu origem a diversas variações que refletem as influências culturais e literárias de diferentes épocas e lugares. No Renascimento, o soneto petrarquiano dominava a Europa, mas, com a chegada do Barroco, surgiram formas mais elaboradas e ornamentadas. No período moderno, poetas como Fernando Pessoa e Florbela Espanca renovaram o soneto, desafiando suas convenções e expandindo seus limites expressivos.

 

Conclusão

 

     O soneto, com sua estrutura rígida e ao mesmo tempo maleável, permanece uma forma poética vital e relevante, capaz de se adaptar às mudanças culturais e estéticas ao longo dos séculos. Sua capacidade de sintetizar pensamento e emoção em um espaço limitado continua a fascinar poetas e leitores, tornando-o uma das formas mais duradouras e admiradas da literatura. A teoria literária do soneto, portanto, não só revela a complexidade técnica dessa forma, mas também sua profunda conexão com a experiência humana.

 

Belém, Pará, Brasil, 15 de agosto de 2024.
Composto por Gilberto Priante Tavares
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 15/08/2024
Alterado em 19/08/2024
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TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]

Álvaro de Campos

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Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A saga Matrix, A saga Deixados Para Trás, entre outros.

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A saga O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.