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QUINCAS BORBA: UMA ANÁLISE DA HIPOCRISIA E ALIENAÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

 

Quincas Borba é um romance do escritor brasileiro Machado de Assis, publicado pela primeira vez em 1891. O livro é uma continuação indireta de Memórias Póstumas de Brás Cubas e faz parte do período realista da obra de Machado de Assis.

Resumo da Obra

A história gira em torno de Rubião, um ingênuo professor de Barbacena, Minas Gerais, que se torna herdeiro da fortuna de Quincas Borba, um filósofo excêntrico e personagem também presente em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Quincas Borba, criador da filosofia do Humanitismo, deixa sua herança para Rubião com a condição de cuidar de seu cachorro, também chamado Quincas Borba.

Temas Principais

  1. Humanitismo:

    • A filosofia criada por Quincas Borba, que prega a luta pela sobrevivência e a indiferença pela dor alheia, é uma paródia das teorias darwinistas e positivistas da época. A frase "ao vencedor, as batatas" ilustra a visão cínica de que apenas os fortes sobrevivem e prosperam.
  2. Alienação e Loucura:

    • Rubião, após receber a herança, muda-se para o Rio de Janeiro, onde é explorado por supostos amigos, especialmente Cristiano Palha e sua esposa Sofia. A ganância e a manipulação desses personagens contribuem para a degradação mental e a eventual loucura de Rubião, refletindo a crítica de Machado de Assis à sociedade da época.
  3. Crítica Social:

    • Machado de Assis faz uma crítica à hipocrisia e ao materialismo da sociedade brasileira do século XIX. A exploração de Rubião por parte dos Palha mostra a falta de escrúpulos e o oportunismo presentes na elite carioca.
  4. Destino e Livre Arbítrio:

    • A trajetória de Rubião levanta questões sobre a influência do destino e das próprias escolhas na vida das pessoas. Sua queda gradual e inevitável sugere uma visão fatalista da existência humana.

Personagens Principais

  • Rubião:

    • O protagonista da história, cuja bondade e ingenuidade são exploradas pelos outros personagens. Sua transformação de professor humilde a homem rico e, finalmente, a lunático abandonado, é central para o desenvolvimento do romance.
  • Quincas Borba:

    • Filósofo excêntrico cuja herança e filosofia do Humanitismo afetam profundamente a vida de Rubião. Embora morto, sua presença permeia toda a narrativa.
  • Cristiano Palha:

    • Amigo interesseiro de Rubião, que o manipula para seu próprio ganho. Representa a hipocrisia e a ganância da sociedade.
  • Sofia Palha:

    • Esposa de Cristiano Palha, também envolvida na exploração de Rubião. Sua beleza e charme são usados para seduzir e manipular o protagonista.

Estilo e Técnica

Machado de Assis é conhecido por seu estilo irônico e sua habilidade em dissecar a natureza humana. Em Quincas Borba, ele usa a narrativa em terceira pessoa para criar uma distância crítica entre o leitor e os personagens, permitindo uma análise mais objetiva das suas ações e motivações. A linguagem é precisa e econômica, com um uso frequente de diálogos que revelam a verdadeira natureza dos personagens.

Conclusão

"Quincas Borba" é uma obra-prima do realismo brasileiro que oferece uma visão profunda e crítica da sociedade e da condição humana. Através da história de Rubião e das filosofias excêntricas de Quincas Borba, Machado de Assis explora temas como a ganância, a manipulação, a alienação e a loucura, fazendo uma sátira mordaz dos valores da época.

 

Belém, Pará, Brasil, 6 de agosto de 2024.
Composto por Gilberto Priante Tavares
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Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 06/08/2024
Alterado em 06/08/2024
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TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]

Álvaro de Campos

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Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A saga Matrix, A saga Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:

Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:

A saga O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.